sábado, 24 de novembro de 2007

Estórias da Carochinha!

Rua dos Portões, 68
Me recordo perfeitamente das "estórias da Carochinha" contadas por meu avô Nazal, homem simples e sem estudos, que enfrentou o Atlântico "fugindo da fome e da guerra", na sua vinda da Síria, no início do século XX.

Hoje, tenho tido a chance de contar ao meu neto, João Pedro, novas "estórias da Carochinha". Tenho dito a ele: ' era uma vez uma cidade que se chamava Ilhéus, que tinha um patrimônio histórico e cultural rico, mas que aos poucos foi sendo dilapidado, foi sendo destruído em nome do progresso e da modernização'.

Mostro para ele velhas fotografias, que registram a grandeza do passado, apesar de todos os pesares. Como ele agora está crescendo, vou pelas ruas mostrando os lugares onde existiam belas casas, velhos prédios...

Hoje, tristemente, mostrei a ele uma fotografia de uma casinha, que ficava na rua Manoel Vitorino (agora rua Dom Valfredo Tepe), cujo número na parede era 68. Até poucos dias ainda estava com a fachada de pé. Agora está no chão.

Digo para ele que não perca a esperança, pois haverá de chegar o dia em que as leis serão cumpridas por todos: pelos governantes, pelos juízes, pelos promotores e pelos cidadãos, enfim, pela União, pelos Estados e pelos Municípios. Espero ter forças para ver chegar esse dia. Se existe o Dia de São Nunca, outros dias também virão. Depois que mostrei a foto da casinha, mostrei o tapume que escondia a casa derrubada.

Oxalá não percamos a esperança!


2 comentários:

Anônimo disse...

Lembro-me que já me indispôs com um prospero empresário que procedeu dessa mesma forma quando escrevi um artigo no extinto DIARIO DA TARDE condenando esse tipo de atitude. Já se vão mais de vinte anos e tudo continua como Dantes no quartel de Abrantes, meu caro Zé. Henrique de Almeida.

Anônimo disse...

Qual o órgão responsável pela fiscalização? Pelo texto da lei, colocado em notícia anterior, é a Prefeitura e o Conselho de Cultura. Então, hora de encaminhar denúncia formal para agirem!