terça-feira, 17 de abril de 2012

Penitenciando-me com Bebeto

Por opção minha e de Regina troquei minha amada Ilhéus pelo sossego e aconchego da nossa Fazenda Sagarana onde teimosamente dedico a transformar o cacau em algo rentável e sustentável, ambiental econômico e social, com isso tornei-me mais antissocial do que já era.
Participando de uma feijoada comemorativa ao aniversario do companheiro de longa jornada política Jabes, fui carinhosamente abordado por Bebeto que me vendeu seu DVD intitulado “Bebeto Canta e Convida”.
Sabia que seria na Sagarana onde aos domingos me dedico a lançar mão na minha humilde cinemateca de uma mídia que contenha alguma obra de renomados diretores ou shows de artistas que vai de Chico Buarque a BB King passando por Milton, Clapton, Mercedes Sosa, mas que também tem “Uma Noite... Noel” e “Marcelo Ganem”, que teria meu primeiro encontro com o show de Bebeto. Logo nas primeiras imagens comecei a sentir que seria algo que iria tocar meu emocional pela qualidade do cenário, adorei o “BAR MARRON”, e pela fina estampa sonora que chega ao meu ouvido amplificado por uma caixa de som que fica atrás da velha TV CCE.
Gritei Regina que pra variar estava dando algum jeito da casa ou na cozinha, dessa vez na companhia de minha linda nora Tainá, os passos apressados batendo na escada de assoalho típico da sua agonia parecendo que corre pra me socorrer de um infarto que ainda não tive no momento em que Alana Lima, não conhecia, explodia com sua voz poderosa “A Loba”. Regina sentada na cadeira, enquanto eu deitado no sofá mirava seus óculos já embasados pela emoção fruto da qualidade do conjunto da obra, onde os arranjos dos metais tocam o coração de qualquer um que admira uma boa musica.
Daí em diante não mais conseguimos parar de assistir o Show, e eu pensava como é que posso ser tão egoísta de preferir meu isolamento a conviver com momentos que com certeza serão eternos dentro daquele templo que nós ilheenses nos orgulhamos tanto e que tem uma pequena contribuição minha quando convenci Jabes a convidar para a inauguração o fantástico grupo “O Corpo” onde Josevandro Ferreira do Nascimento iluminadamente clamava em seu discurso como chefe do cerimonial “para que aquelas paredes mudas querem lhe dizer” referindo-se às paredes do antigo teatro que um dia foram ruínas e naquela noite memorável abria suas portas para definitivamente contribuir com a nossa cultura.
As paredes que durante um longo tempo foram mudas, para mim naquele momento, começam a falar nas vozes de Bebeto, Alana, Anne, Délio, Gilda, Ivan, Itassucy, Leonardo, Keketa e Nêgo acompanhados por uma banda de tirar o chapéu que quero reverenciar a todos no músico por quem nutro um grande carinho Lito, de saudosas lembranças do “Trio Popular” onde meu irmão Gil Lucas definitivamente entrou no mundo da sonorização depois da nossa aventura com o SOM VIGILHA dos tempos de Escola Afonso Carvalho cujo nome foi dado pelo cineasta José Araripe, hoje Diretor Geral da TV Brasil, e me perguntava por que ele não estava fazendo parte daquele momento, não tinha ainda lido a ficha técnica, e só me tranquilizei quando vi Bebeto pedir a Gil apontando para o retorno de palco. Penitencio-me Bebeto, quem diz “Obrigado” sou eu por ter você agora dentro da Sagarana onde com certeza terá um lugar de destaque no aconchego do nosso lar onde costumo me reunir com minha família e amigos, meu domingo foi melhor lhe vendo no “espelho mágico” e sentindo a emoção desse grupo MARAVILHOSO que você reuniu e lhe reverenciou. Saravá.
Henrique Almeida

Um comentário:

VERA MENDES disse...

AMIGO QUERIDO!VC BROCOU!!PARABÉNS!!AGORA VOU ESPERAR PELO LIVRO. BEIJOSSS